Setembro Amarelo: por que devemos falar sobre suicídio em todos os meses do ano

O Setembro Amarelo, campanha nacional de prevenção ao suicídio criada em 2014 pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e o Conselho Federal de Medicina, tem o objetivo de conscientizar a população e os profissionais da saúde sobre esse assunto que é tão difícil de ser discutido. O suicídio é um fenômeno que acompanha a história e hoje é considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) um problema de saúde pública devido à alta incidência de casos entre a população jovem, na qual, especialmente para a faixa etária dos 15 e 29 anos, é a segunda causa de mortalidade, perdendo apenas para os acidentes de trânsito.

“Mais de 90% dos casos de suicídio tem relação com algum tipo de transtorno mental e, com o tratamento e o diagnóstico precoce, muitas vidas podem ser salvas. A campanha vem nesse sentido, de sensibilizar não só a população, mas também os profissionais de saúde, já que ainda existe um estigma muito grande em torno desse tema”, explica a psiquiatra credenciada da Paraná Clínicas Dra. Liliam Stange Rezende.

Os números, que já eram alarmantes, podem aumentar com os impactos da pandemia. O confinamento, o aumento dos fatores estressantes do cotidiano e o chamado “novo normal” podem desencadear ansiedade e depressão, por exemplo.

No entanto, por ser uma questão muito complexa, o suicídio não pode ser atribuído a causa única: fatores genéticos, biológicos, psicológicos e socioculturais podem ser algumas das causas, como também o acúmulo desses fatores. A prevenção, de acordo com a Dra. Liliam, precisa ser discutida em políticas públicas e governamentais que dêem prioridade para a saúde mental, bem como a conscientização da população sobre o tema.

“É importante que os profissionais da saúde e os médicos, independente de sua especialidade, investiguem e falem sobre saúde mental. O principal fator de risco é a tentativa prévia, devemos estar atentos quanto a isso. Pessoas que têm transtornos psiquiátricos como a depressão e o transtorno bipolar também podem estar no grupo de risco, pois pesquisas grande associação entre doenças psiquiátricas e suicídio”, explica.

Liliam esclarece que aumentar o diálogo e diminuir o estigma que existe em torno do assunto é um passo fundamental para a prevenção: “Falando mais sobre isso as pessoas têm mais acesso a informações corretas e, ao discutir sobre o tema, quem sofre com problemas relacionados pode ter mais facilidade em buscar ajuda”.

Como ajudar

Normalmente as pessoas que estão próximas são as primeiras a reconhecerem os sinais, pois quem está sofrendo geralmente vai ter mais dificuldade de reconhecer o problema.

“É importante ouvi-la com atenção e se colocar no lugar dela, com uma escuta livre de julgamento ou críticas. Muitas vezes o mais difícil é que essa pessoa perceba que precisa de um tratamento. É isso que os que estão ao redor podem fazer, mostrar que talvez aquela pessoa precise de uma ajuda maior naquele momento”.

A Dra. Liliam explica que por estarmos passando por um momento muito complicado agora, temos vários fatores estressantes a mais, muitas perdas. Então, é importante prestar atenção no comportamento: pessoas que começam a ter desesperança, que começam a ter alterações no seu dia a dia, alterações de sono, de humor, que começam a falar muito em desistir e ter pensamentos negativos recorrentes.

“Muitas vezes as pessoas que estão tendo pensamentos suicidas dão dicas do que está acontecendo a quem está próximo. Por isso, a escuta atenta é muito importante nesse momento”, completa.

Atenção e segurança para quem mais precisa

Com a mesma qualidade e atenção do atendimento presencial, a Paraná Clínicas disponibiliza para os beneficiários em tratamento, consultas com psiquiatras e psicólogos por vídeo chamada. Garantindo um atendimento com privacidade e segurança, você pode agendar sua consulta no dia e horário marcados e o profissional entrará em contato para realizar a sessão.

Para quem ainda não tem encaminhamento para o tratamento psicológico, é necessário agendar uma consulta com um clínico geral por Telemedicina. Assim, ele pode avaliar o caso e fazer o encaminhamento correto.

Para agendar sua consulta, ligue (41) 3340-3030.

Mais opções de apoio

O Centro de Valorização da Vida (CVV) é uma entidade que presta serviço voluntário e gratuito de apoio emocional e prevenção do suicídio para todas as pessoas que precisam conversar. Se você precisa de ajuda, disque 188.

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